Lendo Guerra Civil no Dia do orgulho nerd

Por Anne Quiangala 


Ser nerd e o senso de comunidade

Geralmente quando se fala sobre orgulho nerd ou sobre s identidade nerd em si, as abordagens tendem a ser consumistas, excludentes e sobre o acúmulo de plástico, resina ou papel em forma divertida, ou mesmo acúmulo de qualquer coisa que, muitas vezes, não tem o sentido para além da demonstração de poder.

Além disso muita gente (ainda) pensa a identidade nerd a partir de parâmetros individualistas, em que você precisa saber tudo sobre alguma coisa para construir sua identidade a partir do da lacuna entre o que você sabe, e tudo que o outro não sabe.

Nesse ponto, o nosso “nós” é bastante diferente disso. Quem chamo de nós é toda essa a nossa comunidade amorzinho, cada Burning heller, que são todas, todos e todes vocês que acompanham o conteúdo aqui, na Twitch e no blog, que está no ar desde 2014.

Nossa comunidade é majoritariamente composta por pessoas diversas, a resistência (neurodivergentes, lgbts, ex-crentes e fãs de Star Wars) que vêem na coletividade não só um sentido para a sua identidade nerd, como também um propósito.

A paixão por alguma franquia ou o conhecimento acumulado sobre algum conteúdo que faz muito sentido para você, é usada nessa comunidade como uma ponte e um convite para que outras pessoas conheçam o melhor daquele conteúdo ou daquela franquia a partir dos seus olhos, os olhos de uma pessoa que é completamente apaixonada por aquilo.

Isso tanto é verdade que assistimos toda a franquia de Star Wars junto, e comentamos ao longo de um ano inteiro de #PretaWatch, além de termos estudado no grupo de estudos, por dois anos consecutivos, o pensamento da filósofa Aph Ko. E, agora, estamos indo para terceira temporada focada no nosso amor compartilhado pelos quadrinhos da Marvel e o MCU: o tema é Guerra-Civil!

A linguagem do amor da comunidade mais amorzinho

É muito comum, quando somos pessoas nerds, sermos tratadas como pessoas estranhas porque temos interesses específicos e perseverantes em alguns temas, nos quais nos aprofundamos como a intensidade ímpar. E como podemos nos encaixar no mundo como esse, sem sermos taxadas como inconvenientes, infantis ou chatas?

Num contexto de comunidade como Preta, nerd & Burning Hell, é muito frequente que nossos interesses específicos sejam vistos como uma característica positiva e que o compartilhamento profundo e intenso seja lido como uma forma de amor -digamos, uma linguagem do amor bem específica, mas muito genuína.

É assim que uma paixão intensa por alguma franquia da cultura pop nos transforma em pessoas melhores, mais gentis, mais generosas e abertas para compartilhar os nossos gostos e interesses. Do nosso ponto de vista, tanto melhor se muita gente se interessar por aquilo e muita gente souber sobre aquilo com a especificidade que a gente gosta e se interessa, pois significa que tem mais gente com quem a gente possa compartilhar, concordar, discordar, ensinar, aprender e especular.

Marvetes, uni-vos

E é justamente nessa energia de acolhimento, compartilhamento e abertura Radical para aprendizagem que, em companhia de André Severino e Tainá Elis, estarei a partir deste sábado, inaugurando a terceira temporada do grupo de estudos da #PretaenerdAcademy, focada na análise profunda do evento clássico da Marvel: Guerra-Civil.

Se te interessa participar de uma comunidade amorzinho, e debater de forma analítica e acolhedora este tema, seja bem-vinde, bem-vinda, e bem-vindo. É só perguntar como!

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