[Resenha] Homem-Formiga e a Vespa - Sem Spoiler





Último lançamento da Marvel Studios em 2018, Homem-Formiga e a Vespa estreou essa semana para dar continuidade à franquia iniciada em 2015 tendo Paul Rudd no papel principal. Com um ar leve e descontraído, o filme é um respiro ao clima tenso de Vingadores: Guerra Infinita. Não somente pela leveza, mas também por ser autônomo, sem sofrer interferência direta ou conexão com os demais filmes do MCU. O longa se baseia nas consequências de Capitão América: Guerra Civil, mostrando como Scott Lang e os demais personagens do primeiro filme seguem suas vidas após o herói ter participado do embate entre o Homem de Ferro e Capitão América.
 

Por Debora Machado

Homem-Formiga e a Vespa foi dirigido por Peyton Reed e, diferente do filme de origem (que teve problemas de produção com a troca de diretor), é  possível observar que a continuação  tem personalidade única, auxiliando tanto a história  quanto os atores. Paul Rudd está mais confortável no papel, apresentando sua comicidade própria, conhecida de suas atuações de sucessos anteriores. Neste filme, Lang tenta conciliar sua vida de preso com a de herói, ao mesmo tempo em que precisa manter suas responsabilidades paternas com Casey (as cenas entre Rudd e a pequena Abby Ryder são adoráveis).
Como o título do filme apresenta, Scott Lang não é mais o único protagonista do filme, o qual poderia muito bem ser denominado “A Vespa e o Homem-Formiga”. Evangeline Lilly entrega uma heroína interessante e com relevância ao mesmo nível do companheiro. Ela é destemida, objetiva e em muitas vezes é quem dá a diretriz ou assume a liderança da equipe. É também prática no significado literal da palavra: ela não usa salto e quando está em ação o cabelo esvoaçante dá lugar a um rabo-de-cavalo. A dinâmica com seu pai, Hank Pym (Michael Douglas) é diferente agora, sendo ele seu incentivador e alguém que confia no poder da filha em resolver as situações em que estão envolvidos. Hope Van Dyne é o toque mais sério em meio ao humor que é a marca do filme.
Falando em humor, o trio de amigos do Scott Lang retorna neste segundo longa e o ponto alto é Luís (Michael Pena) que novamente rouba a cena. Apesar de figurarem em segundo plano, são personagens que contribuem com o tom do  filme, interagindo  formidavelmente com os protagonistas e os demais núcleos.


O filme tem dois personagens negros de destaque, porém com arcos pouco explorados, como é o caso da vilã interpretada pela atriz Hannah John-Kamen. Fantasma, que teve seu gênero e origem alterados se comparados às HQs, é mais uma vilã esquecível, assim como tantos outros do universo Marvel, mesmo com motivações plausíveis para suas ações. Laurence Fishburne encarna o Doutor Bill Foster, que nos quadrinhos é o herói Golias e, tal como a antagonista, seu personagem serve mais para dar transição à história.

Outros personagens não brancos complementam o filme, alguns com maior relevância e outros nem tanto, mas a maioria com poucas falas e estereotipados. Isto não é novidade no MCU, uma vez que já é observado este modelo em outras atrações do estúdio. Com exceção de Pantera Negra, há sempre o não branco que é amigo do herói, sem background e em sua grande parte alívio cômico: Máquina de Combate em Homem de Ferro, Falcão em Capitão América, Wong em Doutor Estranho entre outros. Em Homem-Formiga e a Vespa, o principal alívio cômico é o trio de amigos do Lang que são todos não brancos e bandidos.


Além da vilã, o filme adiciona uma nova personagem feminina: Janet Van Dyne, a Vespa original, que é interpretada pela atriz Michelle Pfeiffer.

Tecnicamente, o filme possui boas cenas de luta e efeitos bem trabalhados. A dupla principal mantém a química do primeiro longa e é visível o trabalho de equipe para solucionar o principal plot do enredo. A apresentação do Reino quântico remete a algumas cenas apresentadas em Doutor Estranho, porém poderia ter mais tempo de tela, uma vez que é ele que motiva um dos objetivos da história. Cabe ressaltar que no terceiro ato, há muitas situações e núcleos convergindo, o que deixa o filme um pouco confuso, mas que não tira a sua graça e entretenimento.
Como padrão do MCU, o longa tem duas cenas pós-créditos, sendo uma com conexão direta ao Último Vingadores.
Homem-Formiga e a Vespa é formidável e para toda família, nos moldes de Homem-Aranha: De volta ao lar. Não aceitou o peso de ser o primeiro filme da Marvel com uma heroína no título e apresentou um filme sem grandes surpresas, porém coeso e agradável de assistir. É um alívio que a Marvel dá aos fãs antes da aguardada Capitã Marvel e o inesperado Vingadores 4.

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